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sábado, maio 01, 2021

Isto é que é uma bela entrevista


Blogs literários - Agradecimento

Nem sei como agradecer a participação em blogs literários e colunas de jornais e sites. Mas hoje o que quero mesmo é pedir desculpas por uma gafe (🙈que mico, gente!) que cometi com uma grande e queridíssima jornalista, apresentadora de um super programa de rádio. 

Como cometer gafes em entrevistas


Conto aqui: de repente - não mais que de repente 🙉, uma agência de comunicação pergunta se posso participar de três entrevistas. Como todo escritor que se preza, aproveito toda e qualquer oportunidade para mostrar meu livro. Disse sim, claro.🙈 Afinal, vivemos no país onde governantes querem a todo custo boicotar livros. Se os próprios autores não divulgam, fica difícil. Só que... as entrevistas eram para o dia seguinte. Bom, Luiza, você nunca fugiu da raia, não vai ser agora, não é? Claro que não, deixo isso e aquilo pra depois. Ah, tem uma gravação de três minutos, essa é fácil, vamos lá.  Pá, pá, pá... quase cinco minutos. Outra vez: pá, pá, pá... passou de quatro minutos. Depois de alguns pá, pá, pá... ufa! Consegui, até faltou um pouquinho para os três minutos. Tenho que enviar até às 11:00 de amanhã. Mas às 11:00 vai ser a entrevista com a... Envio antes. Ainda tenho tempo pra fazer o “media training” (treinamento, preparação para lidar com a mídia) - é, gente, fiz jornalismo digital e também faço o curso da @lcagcomunicacao... 


Dia seguinte, 11:00: tudo certo, entrevista feita, tudo nos conformes. Parodiando a música funk... gravação, ok; entrevista, ok. A outra entrevista vai ser só às 17:10. Dá tempo pra tirar a roupa da máquina esquecida desde ontem e terminar os arranjos com os musgos já retirados da calçada, senão vão secar.


17:00: Meu Deus, não fiz nada para essa entrevista 🤭

  • Calma, é ao vivo, mas tá tudo bem. E se quiserem fazer com imagem? Claro que não, é para uma rádio. Mas, porém, todavia... ligo meu ring light e deixo o computador a postos em minha frente para o caso, né? Celular no ring, fones de ouvido... 


“Alô Luísa, é a Maria, tudo certo para a entrevista?” “Oi Maria, tudo certo.” “Estamos terminando uma entrevista e logo entramos com você.” “Ok, Maria, obrigada, estou pronta.”


Alguns minutos depois: “Oi, Luísa, você já vai entrar.” “Sim, Maria.”


Como foi a gafe da entrevista


A entrevistadora começa: “Estamos com a escritora... (...) Bom dia, Luísa!“ “Bom dia, Maria! Bom dia ouvintes da rádio...”

E depois de muitos “Sim, Maria...” “Exato, Maria... e “patati patatá, Maria”, a apresentadora, sorrindo, diz: “Ô Luísa, não é a Maria, eu sou a...” Digo rápido: “Desculpa...” “Realmente você falou com a Maria, ela que avisou sobre a entrevista, ela é a produtora...” 


Gente, gente, caí a cara de vergonha. Era uma querida e conhecida apresentadora. Super gentil, ela continuou a entrevista como se a doida aqui pertencesse ao mundo normal 🙈.

Pois é gente, isto é que é dar uma bela  entrevista (sqn).


Assim, entre escrita, textos e mais textos, afazeres extras, trabalhos do dia a dia e alguns tropeços, os autores brasileiros seguem abrindo o caminho da leitura. Graças a Deus, na companhia e incentivo de jornalistas que lutam e batalham para que notícias e livros cheguem para todos. 


Neste Dia do Trabalhador, desejo a todos os trabalhadores o direito à leitura e à informação, para que continuem na luta por uma vida cidadã e digna. 


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Entrevistas de abril sobre o livro Balbúrdias na Quarentena:


1- Vídeo da entrevista do dia 13/04/2021 com a querida e conhecida apresentadora Pity Búrigo, do programa Ponto a Ponto, de Criciúma, SC. O áudio do vídeo, devido à edição que fiz, ficou com falhas. Editei para adequar ao tamanho aceito pelo blogspot.  



2- Vídeo de uma outra entrevista feita no mesmo dia, para a CBN:




3- Entrevista para a BandNews de Goiânia. Repórter: Andreia Nikely. Cortamos o vídeo para ficar com o tamanho adequado ao blogger:



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quinta-feira, outubro 06, 2011

Via Natureza: O Último Pé de Pequi

Foi em 1996 que conheci um condomínio nos arredores de Brasília, ou seja, há exatos quinze anos. Poucos lotes tinham alguma construção, apesar de já ter sido realizado tudo que havia sido planejado: ruas e avenidas largas com uma boa infra-estrutura, áreas verdes de acordo com as leis de proteção ambiental e proteção das nascentes ali existentes. Pensei: - "Um pedacinho do paraíso, ainda com seu bioma quase totalmente preservado". Nos lotes, mesmo demarcados, não havia cercas e a flora de um cerrado ainda virgem era abundante. Nos poucos lotes habitados, seus moradores conservavam algumas dessas plantas e plantavam outras, geralmente frutíferas. Talvez por terem sido os primeiros e, com certeza, serem pessoas que amavam e valorizavam o verde. Em relação às plantas, havia um pouco de tudo: ipês - amarelo, branco, roxo e rosa, caju do cerrado, barbatimão, lobeira, macaúba, quaresmeira e pequi, só citando algumas.  Era realmente um pedacinho do paraíso.

Pouco a pouco (Pouco a pouco?) as plantas foram desaparecendo, dando lugar a casas e mais casas. E, pior, com moradores bem diferentes dos primeiros: Constroem casas enormes, não respeitam as árvores nativas, arrancando-as e, quando deixam algum pequeno espaço - os lotes são de 800 a 1000 m² - plantam plantas 'da moda'. Planejados ou não por paisagistas, esses jardins são de arrepiar os cabelos, com plantas totalmente fora do contexto climático ou fora de seu habitat. Para eles, plantas nativas são consideradas 'mato' e como tal devem ser 'arrancadas'.

Dias atrás, dando uma volta pelo local e querendo fazer algumas fotos de pés de pequi, vi que não havia mais pequizeiros, até mesmo nos lugares onde antes podíamos ver dois ou três pés juntos. Andei por quase todo o condomínio e finalmente encontrei um pequizeiro espremido entre uma cerca e uma rua. Era o último pé-de-pequi daquele local? Se não for o último, deve ser um dos últimos. 

Você se lembra como era seu bairro, sua comunidade rural ou urbana há mais ou menos dez ou quinze anos? Que árvores - ou plantas de um modo geral, desapareceram? O que está sendo feito para a não destruição das que restam?

Agora, 'as perguntas que não querem calar' que, aliás, estão sempre passeando por este blog : O que o Ministério do Meio Ambiente faz para orientar a população sobre a importância da flora nativa? Como conciliar habitação e preservação do meio ambiente? Como não destruir plantas nativas nos locais onde construimos? Onde estão as mudas para replante e como os órgãos competentes fazem para divulgá-las? Como não deixar mais plantas na lista de extinção? Onde estão as pesquisas que poderão nos orientar?

Precisamos com urgência de orientações e respostas.


O último pequizeiro - Foto feita em abril deste ano.

O mesmo pé de pequi em foto desta semana.

Parece que o bom pequizeiro está em perigo; vejam a terra revolvida para alguma  'obra'.

As últimas flores deste ano e pequenos frutos.

Galhos com folhas e frutos.

Flores caídas do pequizeiro.

Neste mês, na maioria dos pés de pequi, as flores já estão dando lugar aos pequenos frutos.  

O vídeo  abaixo é de uma música que homenageia os pés de pequi e demais árvores do cerrado. Foi feita pelo Professor Vivaldo e seus alunos de Taxonomia Vegetal, no Parque Estadual do Rio Preto. Nossa reverência a esse grupo. Muitos e muitos aplausus a todos eles, professor e alunos. Como diria Vinícius de Moraes, "Saravá", turminha do bem.

http://www.youtube.com/watch?v=P5APFx1Gr_E&feature=colike

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Segunda-feira, continuação da Série Orquídeas, com a delicada Laeliacattleya.

Quarta-feira, dia 12, comemorando o Dia das Crianças com cachorrinhos muito fofos.

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Você gosta de pequi? Veja quatro receitas com pequi que fiz e deixei no post “Receitas com pequi”:

quinta-feira, outubro 29, 2009

Via Vida: Sugismundos - 2

O texto abaixo foi gerado de um susto. Escrevi depois de um 'quase acidente' numa estrada movimentada. Foi entre Anápolis e Goiânia, mas poderia ter sido em qualquer rodovia brasileira. Infelizmente, há Segismundos por toda parte.

Já visitei países de quatro continentes, morando em dois deles: Ásia e Europa. Infelizmente (outro infelizmente), quando se fala em limpeza de ruas e rodovias, nosso país deixa muito a desejar, se compararmos a alguns países europeus... Em Brasília, no tempo do então Governador e hoje Senador Cristovam Buarque, foi aprovada uma lei multando quem jogasse qualquer tipo de papel nas ruas. Ou outra sujeira. Ficou só no papel, como quase todas nossas leis. Talvez o papel da lei também tenha sido jogado nas ruas!

Seria tão bom se trocassem as campanhas de cerveja por campanhas educativas!

Eis o texto que escrevi em 30 de setembro de 2008, na Via Vida 23:

"Fico indignada toda vez que vejo motoristas ou passageiros jogando alguma coisa nas ruas ou nas estradas. Jogam de tudo, desde papel de balas e bombons até copos e garrafas pet. As latinhas de cerveja diminuíram, mas ainda acontece. Guardanapos, saquinhos de sanduíches, embalagens de salgadinhos, cascas de frutas, tudo é jogado pra fora da janela... Por que guardá-los dentro do carro? É tão mais fácil jogar e se livrar da sujeirinha! "Oh! Meu! Se liga!", como diria o Faustão.

Pense, "cara" e guarde o "carão": jogando seja lá o que for fora do carro, do ônibus ou do caminhão, você vai pagar por isso mais cedo ou mais tarde. Ou já se esqueceu daquele bueiro entupido de lixo que alagou sua rua ou aquela outra rua por onde você queria passar?

Isso acontece, infelizmente, em todas as grandes cidades do Brasil. O Rio que o diga!

Outro dia uma dessas pessoas "educadas" - não sei onde e como - quase quebra nosso carro ao tentar se desfazer do "utensílio" em que tomava sua água: um enorme coco! E numa estrada movimentada! Dá para imaginar o que poderia ter acontecido?

E fico aqui pensando: Como educar as pessoas no trânsito? Você tem alguma idéia? Conte pra nós."

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O debate sobre as bromélias continua. Nosso encontro é na Via Verde. Precisamos de sua participação.

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terça-feira, março 03, 2009

Via Vida: Viajando e Conhecendo

Viajando e Conhecendo


Casablanca, Marrocos - África do Norte: Minha primeira viagem internacional


Li um relato na Internet de um rapaz brasileiro que atravessava vários países em uma moto. Ele já havia percorrido uma parte do Irã. O Irã é um país diversificado, geograficamente falando. Há montanhas de neve, mar e deserto. Ele estava, segundo sua narrativa, "morrendo de calore com "uma sede terrível", pois vestia roupas desconfortáveis e sua água tinha acabado. Já quase sem forças, encontrou por acaso um posto policial onde foi socorrido. Deram-lhe água e informações. E ele ainda critica o “tom irônico” de um dos policiais ao lhe perguntar: “Você não sabe que está num deserto?”
Para as pessoas que querem dar a volta ao mundo de bicicleta, moto ou carro, por favor, façam um roteiro, pesquisem um pouco sobre os costumes e a cultura do local. E, não se esqueçam, não se conhece um povo em um dia ou em uma semana. Tudo bem, do ponto de vista turístico, do ver para ver, sem nenhuma pretensão de se adquirir maiores conhecimentos, apenas para se ver ‘o diferente’.

São viagens assim, sem a menor preparação, que se corre riscos, gasta-se tempo e dinheiro e não se leva ‘para casa’ nada além da aventura por si só. Sem um conhecimento prévio do local aonde se quer ir e, no caso do motoqueiro, do tempo ou da temperatura desse lugar, sem roupas adequadas e um bom estoque de água, a viagem fica cansativa e sem aquele recheio da aquisição de novos conhecimentos, vazio em se tratando da assimilação, mesmo supérflua, da cultura do local escolhido. São viagens apenas para ‘se rodar’; aventuras que, se bem programadas, podem ser prazerosas, divertidas e, claro, dar à pessoa muito mais conhecimento sobre os lugares por onde ela passa.

Em maio, na série sobre postais que estamos fazendo neste blog, falando sobre uma excursão que fizemos ao Marrocos, eu disse:

Foi o primeiro país muçulmano que conheci. Achei tudo diferente, mas, naquela época eu não tinha consciência da dimensão das diferenças culturais entre países de formações religiosas, raciais e históricas às mais diversas, como é o caso de Marrocos. Só percebia o que saltava aos olhos. As sutilezas só a convivência nos mostra. Há detalhes na cultura de um povo imperceptíveis aos mais jovens. É preciso certa maturidade. Maturidade que se adquire não apenas com o passar dos anos, mas através do saber que nos chega no vivenciar com outras pessoas, outros países, enfim, outros povos. Maturidade que não vem através somente dos livros lidos, porém no contato diário, na integração com as famílias, com o povo nas ruas, com os sabores e as cores do país.
É necessário que algum tempo se passe para que a absorção do que se vivencia comece a aflorar. Só assim as sutilezas das diferenças culturais começam a serem percebidas, vistas e compreendidas.*



Comecei a ter a percepção dessas diferenças escondidas no inconsciente das pessoas quando morei** por alguns anos em países tão diferentes do Brasil quanto os países da Ásia e, com outras diferenças culturais, da Europa.

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* ViaPostais 3: Marrocos Postado em maio de 2008.
** Quando fazia minha pós-graduação, morei por três anos na França. Logo depois morei no Irã, onde trabalhei por dois anos e meio no Instituto Francês de Teerã. Saí de lá durante a guerra civil iraniana, tendo sido a única brasileira a morar em Teerã no período da guerra.  
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terça-feira, fevereiro 24, 2009

Via Postais: Recordações de um País Distante

Recordações de Um País Distante - I


Postal: Casa de Chá em Esfahan

Verso do postal

O postal endereçado à minha mãe e à minha irmã Betty: 
"Mamãe, Betty
Estamos por alguns dias em Esfarran, antiga capital do Irã. É uma das cidades mais bonitas que já vimos. Aqui podemos apreciar objetos feitos há mais de mil anos! Vimos até o Templo de Zoroastro, ampliado através dos séculos pelas dinastias posteriores. 
Este postal mostra uma Casa de Chá decorada segundo a moda tradicional do Irã."


  Eu em Esfahan - Irã, em uma Casa de Chá, nossos 'cafés' daqui. 
Estou segurando um caramelo para adoçar 
o delicioso chá preto com  jasmim.

Receita para uma bela crise do nervo ciático:

  • Sair do Rio em pleno verão - mais ou menos 40 graus – pousar em Paris, em um inverno de zero grau e ir mais além: Teerã, no meio da neve, numa temperatura que às vezes chega aos 10 graus negativos e a neve pode ultrapassar um metro de altura.
  • Ter hábitos ocidentais (sentar em poltronas, fazer as refeições em volta de uma mesa, em confortáveis cadeiras, dormir em camas...) e, de repente, acordar no oriente médio, onde as famílias tradicionais se sentam sobre tapetes - persas, claro! - mais ou menos na posição de yoga, deitam em macios e amplos 'colchonetes' feitos com flocos de pura lã e cobertos com delicados tecidos de algodão ou seda, mas... no chão, ou melhor, por cima dos famosos tapetes.
  •  Hábitos ocidentais x hábitos orientais, calor e frio.  Resultado: crise ciática, dessas de 'entrevar' qualquer bom ocidental.
Com uma simpática família iraniana, esquentando o frio com ach¹

Com um grupo de iranianos, brincando na neve, nos arredores de Teerã


Não, não foi agora. Foi nos meus tempos de estudante, ainda ‘jovenzinha’. Saí do Brasil em um mês quente, dezembro. Destino: França. Dezembro na Europa é um dos meses mais frios. E a ida para o Irã foi três invernos depois.
A Viagem
Conto uma parte dessa história: Tinha uma entrevista com um professor da Sorbonne para uma possível vaga em um curso de Linguística. Fui selecionada. Fiz Linguística Aplicada para o Ensino de Línguas Estrangeiras. Minha tese era relacionada à mídia. O ensino de uma segunda língua através de textos atuais, do dia a dia. Frequentei a Faculdade de Jornalismo para melhor elaborar meu raciocínio nesse sentido. Três anos depois e com 'meu diploma' nas mãos, resolvi, antes de voltar ao Brasil, conhecer uma parte de nosso planeta que sempre me atraiu: o oriente. 

O Irã possui uma das arquiteturas mais lindas
 e antigas do mundo


Em uma das duas torres que balançava quando se mexia
na outra, um segredo nunca desvendado
 

Havia um concurso para professor de Francês no Instituto Francês de Teerã. Em alguns países, principalmente da América do Sul, há a Aliança Francesa que, como o nome diz, é uma aliança entre um determinado país e a França, para o ensino da língua francesa. Já o Intituto Francês é ligado diretamente ao governo francês. Pelo menos era assim. Até o pagamento era em franco francês. Havia uma vaga e quatro candidatos: dois iranianos – uma moça e um rapaz - ambos com doutorado feito nos Estados Unidos, uma francesa casada com um iraniano (não me lembro qual era sua formação acadêmica) e esta brasileira aqui. Tínhamos que fazer um estágio no próprio Instituto e passar por provas práticas. Uma de regência de classe, em diferentes turmas de vários níveis e outra de ensino da língua francesa em laboratórios de línguas - no laboratório da escola. Recebi dois certificados e a vaga. Acho que ter sido aluna da professora Moirand² contou pontos. Sophie Moirand foi também a orientadora de meu trabalho de Dissertação de Mestrado. 

Pédagogie du discours rapporté,
 Credif, Didier, Paris, 1976.

Folha de rosto e um artigo de S. Moirand






Vocês devem estar perguntando: por que se recordar de um país tão lindo, com uma arquitetura digna dos contos das mil e uma noites, com uma história assim? Porque, depois de anos e anos com o 'ciático' em dia, tive estes dias uma crise terrível. Acho que para me lembrar daquela primeira. Com um agravante: trinta anos a mais 'nas costas'.
Saindo do ciático... Viajei pelo interior do Irã: Shiraz, Esfahan, Persépolis, Mar Cáspio ... Há construções milenares que deixam arquitetos e engenheiros europeus boquiabertos pelo esplendor, ousadia e mistério. Como duas Torres em Esfahan que, balançando-se uma, a outra também balança, apesar de, aparentemente, nada as ligarem. Ou a vela que permaneceu acesa por mais de mil anos, até que engenheiros ingleses, na tentativa de descobrirem seu segredo, a apagaram. Ou, ou... Ficaria aqui, páginas e páginas, recordando as belezas, as tradições e os encantos desse país milenar. Um país milenar, de um povo sofrido e lutador, que não deixa suas tradições e sua cultura serem levadas pelos ralos de países do novo mundo.
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¹Ach: prato típico iraniano à base de verduras.Muitas verduras misturadas com lentilhas, grão-de-bico ou trigo moído.
²Sophie Moirand , professora da Université de La Sorbonne Nouvelle – Paris III; autora de vários livros, entre eles:
- Enseigner a Communiquer en Langue Etrangère, Hachette, 1982.
- Parcours Linguistique de Discours Specialises: Colloque em Sorbonne les 23-24 Septembre 1992, P. Lang, 1994.

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terça-feira, julho 29, 2008

Via Vida: A Bela e Doce Teresinha

Teresinha
Teresinha, sua filha Zenaide e um um pequeno piano. Realidade ou ficção? Pedaços de uma vida ou um miniconto?

Eu era bem pequena quando conheci Teresinha, mas não poderia me esquecer. Moça linda, de vinte e poucos anos, pele clara, cabelos escuros e muito meiga. Falava baixo e tinha os olhos doces. Lembro-me dela como se fosse hoje. Também, pudera! - "me elegera" como uma segunda filha. Durante o tempo que passou conosco esteve sempre próxima. Quando sua filha Zenaide dormia, depois do almoço, Terezinha me colocava em seu colo e me fazia também dormir, passando as mãos em meus cabelos.

Teresinha era minha irmã. Filha do primeiro casamento de meu pai. Ele, desnorteado com a morte de sua mulher, o amor de sua juventude, com quem teve dezoito filhos, praticamente abandonou tudo. Seus filhos mais novos ficaram aos cuidados dos irmãos mais velhos. Deu aos filhos já adultos condições financeiras para começarem suas vidas, comprando fazendas a uns, doando gado a outros... Emprestava o que tinha aos amigos, mesmo sabendo que não teria retorno. Ouvi muito a história do avô de um conhecido político goiano. Meu pai emprestou para ele, que tinha perdido tudo, "uma tropa de burros" para que recomeçasse sua vida em Anápolis (Goiás). Os 'burros' lhe deram sorte, enricou, porém nunca mais se lembrou do amigo que o socorreu em um momento difícil. Meu pai perdeu tudo financeiramente falando, mas ficou com os conhecimentos adquiridos nas muitas escolas que teve a oportunidade de frequentar, principalmente durante seu tempo de seminarista. Era jornalista, poliglota e muito culto. O saber que se adquire é assim, como um DNA; não sai, ninguém tira, fica conosco para sempre. Depois de anos e anos de viuvez, tropeços, uma grande tristeza e decepções, conheceu minha mãe, casando-se pela segunda vez. Ela foi seu porto seguro, seu norte, foi com ela que conseguiu voltar à vida. Providencialmente convidado para diretor da administração estadual da pequena cidade onde morava, no norte de Goiás, hoje Tocantins, seguiu seu novo caminho como funcionário público.

Voltando ao início: Conheci Teresinha quando ela foi passar um mês lá em casa, acompanhada de Zenaide que tinha apenas um aninho. Do alto de meus 4 ou 5 anos, amei saber que tinha uma irmã-moça. Uma irmã que me parecera saída das histórias de fadas que uma de minhas tias nos contava. Ela - Teresinha, depois da morte de sua mãe, foi morar com uma de suas irmãs já casada. Foi na casa desta irmã que conheceu um jovem. Pela foto dos dois, eram bem parecidos. Casaram-se e tiveram dois filhos. Ela foi ver e visitar nosso pai que não via há muitos anos. Deve ter ido se despedir dele. Quem sabe teve algum pressentimento... Devia saber que seria a última vez que o via. E que nos via - meus irmãos e eu, que ela acabara de conhecer.

Teresinha trouxe uma lembrança para cada um de seus novos irmãos. Meu presente foi uma linda boneca. Gostei tanto que não a largava nem mesmo quando íamos almoçar. Dormia abraçada com ela. Em retribuição, meu pai comprou para sua neta Zenaide um piano de brinquedo. Disse que era uma lembrança da "tia" que gostara tanto da boneca.

Alguns meses depois recebemos de Teresinha uma foto de Zenaide com o pequeno piano. Como meu pai ficou feliz com aquele gesto de carinho de sua filha! Mostrava para todos seus amigos, orgulhoso. Quanto a mim, amei aquela foto. Zenaide ao lado do presente que "eu" lhe havia dado.

Uma carta acompanhava a foto. Teresinha nos dizia que estava esperando um segundo filho. Depois, não soube mais nada dela. Meu pai, traumatizado com perdas - além da primeira esposa, já tinha perdido dois outros filhos - nos escondeu a notícia de sua morte. Talvez pensasse que éramos muito pequenos para compreender algo assim tão inexplicável. Era bem típico dele... Só soube da morte de Teresinha quando já tinha de nove para dez anos. Mas nunca a esqueci. Ela não resistiu ao dar à luz seu segundo filho. Este, por sua vez, faleceu ainda criança. De Zenaide soube pouco: que estava morando em outro estado, que seu pai casou-se uma segunda vez...

Zenaide, como sua mãe, perdeu o elo que une uma família. Perdeu aquela que a gerou e que poderia ligá-la aos outros familiares. É muito doído a perda de um pai. Porém muito mais sofrido é perder, ainda criança, uma mãe. Compreendo agora o porquê da primeira família de meu pai ficar tão dispersa, sem muito contato uns com os outros. A corrente fora partida.

Gostaria muito de rever Zenaide, saber como ela está, abraçá-la. Queria também lhe dizer que ela e sua mãe ficaram para sempre em minha memória, em minhas lembranças.


Foto de autoria desconhecida
Zenaide e seu pequeno piano

Teresinha. Depois de anos e anos sem ver seu pai, foi abraçá-lo para se despedir e deixar para sempre sua presença marcada em nossas memórias: de uma pessoa doce, generosa e que amava os seus. Como os aplausos para o artista intérprete dessa melodia, deixamos aqui registrada nossa saudade e admiração por esta querida irmã que tão rapidamente passou por nossas vidas.

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domingo, maio 11, 2008

Via Vida: Amizade é Confiança

Orquídeas do Jardim Botânico de Brasília
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Sempre, ao nos lembrarmos de alguém, um outro sentimento antecede a lembrança. Ele sempre está lá, embora às vezes imperceptível, como um alerta. É este sentimento que abre o caminho da lembrança. É ele que irá transformar essa ou aquela recordação em algo bom ou ruim, com um doce sabor ou insosso, sem sal, ou mesmo amargo, com um gosto ruim de ´não quero mais`.

Esse sentir desbravador tem um nome: confiança. É ela, a confiança, que define o grau da amizade. Ou a falta dela.

O que faz desaparecer a confiança? A mentira, o engano, a traição? Com certeza sim.

O maior exemplo de amizade e confiança? A amizade e a confiança de uma mãe ou de um pai. A amizade de nossos pais é feita de confiança porque foi cozida com amor, atenção, compreensão e carinho.

A amizade se alimenta de boas lembranças: um sorriso, um aperto de mão ou um abraço sinceros; um elo familiar, desses que nos deixam à vontade, sem nada esconder, confiantes; uma alegria em saber que iremos mais uma vez ver aquela pessoa para nós tão especial.

A amizade se faz através da confiança porque ela, para mim, é sinônimo de confiança.

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